quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Comandante faz a Senadora Marta Suplicy descer do avião em voo para a França

Vivemos num mundo em que convivem amor e ódio, justiça e injustiça, paz e conflito, alegria e tristeza. Mas, acredito sinceramente que, um dia desses, valores como Amor, Justiça, Paz, Alegria hão de se sobrepor a toda esta sorte de coisas negativas que nos oprimem. E eles ditarão as regras.

Ou melhor, acredito que pessoas que vivam conceitos, princípios e valores, como integridade, bondade, retidão, fidelidade, ditarão as regras sobre como a Terra deverá ser regida, governada. Por enquanto, ainda vemos muitos escândalos e alguns lampejos de esperança.

O episódio envolvendo Marta Suplicy, no voo 455 da Air France, no dia 27-01-14, pode ilustrar algo do que estou dizendo. Leia-se: Marta e Luis Favre representam as pessoas que usam e abusam de uma posição de autoridade em benefício próprio, demonstrando desprezo e desrespeito pelo direito das outras pessoas; os passageiros representam a todos nós, indignados que ficamos e estamos com tantas ofensas, escândalos e corrupção deslavada; o comandante, por sua vez, representa BEM uma classe de pessoas que virá e saberá que sua autoridade serve para... SERVIR à Justiça, à integridade, à honestidade, à paz, à alegria, ao Amor.

Leia o texto, de Lauro Jardim, que encontrei no Blog de Flávio Chaves, pois eu não poderia escrever melhor sobre isso. O texto original encontra-se em O Globo, na coluna do autor.

Jackeline Sarah
Escritora

Imagem do Blog do Flávio Chaves



Criada ferramenta para ajudar a reconhecer os bons e maus políticos e a saber em quem votar

Estamos nos aproximando das eleições para Presidente, Governadores, Deputados Estaduais e Federais e Senadores... No dia 10 de julho, começa a campanha eleitoral pela internet e, em 19 de agosto, pela TV e Rádio. Veja outras datas a serem respeitadas pelos partidos políticos e pré-candidatos/candidatos, aqui.

Na internet, já temos vários grupos discutindo sobre votar ou não votar e em quem votar ou não votar. A conscientização popular sobre a honestidade, idoneidade, compromisso com o trabalho de cada candidato é algo essencial a se conquistar.

Pensando assim, foi produzido este vídeo, que provoca uma reflexão bastante séria e apartidária. Os produtores do vídeo e outras ferramentas se definem assim:

"Esse site é uma iniciativa particular de dois administradores de empresa, Alexandre e Renato. Não somos políticos, nunca concorremos a nenhum cargo público nem temos qualquer vínculo com qualquer partido que seja. Assim como outros milhões de brasileiros, ficamos indignados com o frequentes desmandos e escândalos que ocorrem na esfera pública brasileira. Mais frustrante ainda é ter a noção de onde o Brasil poderia chegar, do nosso potencial, do futuro jogado fora por um Estado corrupto e ineficiente. Assim, fundamos em 2011 o instituto Voto real, com o objetivo de abrigar o projeto Ranking dos Políticos. Tudo é bancado do nosso bolso, não aceitamos doação de ninguém. Somos independentes e não devemos favores."

De maneira simples, conduzem o espectador a perceber a realidade do Brasil e não apenas criticam, mas apontam uma solução possível:

"Político sem voto é igual a mato sem água: seca e morre. Mesmo que tenha poucos políticos que valem a pena, se Você regar esses aí, regar muito mesmo, eles irão crescer mais importantes e virão outros. Demora um pouco, mas não tem outro jeito. A única forma de consertar o Brasil é: eu, Você, todo mundo votar nos bons políticos e parar de votar nos ruins."

Para auxiliar no discernimento de quem são os bons e os maus políticos, foi criada uma ferramenta, chamada Ranking dos Políticos, onde se avalia os políticos quanto a vários quesitos, como falta ao trabalho, envolvimento em escândalos, votar em leis boas ou apenas pedir mais gastos, ordenando-os do melhor para o pior e separando-os por cidades.

Vale a pena assistir o vídeo e conferir a ferramenta. Espero que seja mesmo uma iniciativa apartidária e não manipulada por qualquer grupo de interesse e que registre os dados de forma imparcial.

Seja como for, a reflexão e o diálogo sobre o assunto já são passos  muito importantes!

Ozanilda Gondim Vital do Rego, Deputada Federal pelo PMDB, é a primeira colocada no Ranking Geral de 29-01-14.
Jackeline Sarah
Escritora




terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Acidente na Linha Amarela deixa cinco vítimas fatais

É preciso ter em mente que, sempre que quebramos um princípio estabelecido, estamos nos expondo às consequências disso e, invariavelmente, exponde outras pessoas, também.

Na manhã desta terça (28-01-14), aconteceu um lamentável acidente no Rio de Janeiro, na Via Amarela, que liga subúrbios do Rio à Barra da Tijuca e é utilizada por um grande número de veículos. Um caminhão, que trafegava com a caçamba em pé, bateu numa passarela de pedestres e a derrubou sobre as duas pistas da Via Amarela, causando a morte de cinco pessoas e deixando outras quatro feridas, duas delas em estado grave. O motorista, que está fora de perigo, alega não saber que a caçamba estava na posição em pé e a perícia está investigando, para informar à Polícia se é possível que tenha havido uma mudança involuntária na posição da caçamba.

Muito trabalho foi empregado nesta manhã e tarde, para  o resgate das vítimas e dos corpos, e para a liberação das pistas da Via Amarela. Muita dor, com certeza, está comovendo a população do Rio de Janeiro, ao motorista e a todos nós.

Voltando ao que escrevi, a regra é que não é permitida a circulação de caminhões naquela via, naquele horário. O motorista alega ter conhecimento disso. Não quero dizer que quebrar a regra necessariamente acarretaria um acidente tão terrível, mas aquele que transgride a um princípio estabelecido, deve saber que, certamente, houve estudos e razões para que aquilo fosse determinado assim. E todos precisamos nos lembrar de que ESCOLHAS ERRADAS GERAM DERROTAS.

Nossos sentimentos às famílias das vítimas fatais, nossas orações pelas vítimas hospitalizadas, por aqueles que perderam seus entes queridos no acidente e pelo motorista que causou o acidente. Que os trabalhos da Polícia consigam esclarecer o que houve e que aprendamos a ser mais responsáveis e atentos ao escolher, mesmo que as escolhas em questão pareçam apenas corriqueiras e sem importância, pois escolhas sem importância não existem.

Assista ao vídeo e confira a matéria aqui.



Brasil entre os 10 piores países no quesito Saneamento Básico

As notícias gritam: Brasil está entre os 10 piores países no quesito Saneamento Básico.

Isso é triste! E a gente aqui achando que está tudo certo. Mas...não está tudo certo. Somos uma nação que tem um imenso potencial pra se tornar rica, justa e influente, mas do jeito que está, nunca chegaremos lá. 

Não é falta de dinheiro, não é falta de pessoas inteligentes, não é falta de recursos...o problema somos nós que insistimos em escolher para nós um governo que não nos representa, ou não deveria nos representar. 

E não se engane, existem muitas pessoas que reclamam da injustiça no país e no mundo, mas no dia a dia, demonstram possuir o caráter semelhante daqueles que corrompem o governo nacional. No fim, estamos apenas reafirmando e fortalecendo não apenas o governo político dessas pessoas, mas também o sistema em geral, essa ordem caótica que tem regido a humanidade. 

Note que estou me incluindo neste meu desabafo. 

A frase "Devemos ser a mudança que queremos ver no mundo" se tornou uma mera frase de efeito, mas o sentido dela é seríssimo. Quem está no governo é um reflexo do povo, ou vice e versa...pense como desejar. Logo, pra causar mudança "lá em cima", precisamos ser diferentes "aqui em baixo". 

Se é assim, por que a gente não muda? 

Por que a gente não toma juízo e busca a verdadeira justiça, justiça que vai muito além dos nossos medíocres valores humanos? 

Por que os que são justos têm medo de assumir lugares de influência para causar mudança onde vivemos? É muito, mas muito mais do que fazer manifestações nas ruas ou nas câmaras municipais (não quero dizer que reprovo 100% essas ações), é questão de vida, de propósito, de saber que não estamos aqui só de passagem e que precisamos deixar nossa zona de conforto pra gerar conforto a outras pessoas que nunca souberam o que é ter conforto na vida, é saber que não é necessário que todo mundo se torne político pra mudar as coisas, mas que só é preciso ter consciência de que o mundo não foi planejado para se tornar um caos e que nós podemos mudar esse caos que nós permitimos que se instalasse no decorrer da história da humanidade, e isso a partir do lugar onde estamos, seja qual for o seu ou o meu dom, profissão ou status social. 

Nós podemos! Yes, we can! Sí, podemos! Que tal trabalharmos por isso juntos? O mundo agradece.

Thaís Padovani
Cantora e Compositora

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Por doença ligada ao fumo, morre Eric Lawson, ator que fazia anúncios de cigarro

O mundo real é assim! Fumar não é bom pro corpo...

Confira a notícia aqui.


















Cotoxão
Profissional de Marketing

sábado, 25 de janeiro de 2014

Estupro coletivo pode ser considerado prática de justiça?


Ainda estou triste, depois de escrever a postagem de ontem, por saber que as pessoas confundem tanto o conceito de justiça com injustiça... Como alguém pode considerar prática de justiça acusar uma jovem de sua comunidade de abrir o coração para um homem de outra comunidade e, como punição para isso, determinar que TREZE homens respeitáveis da comunidade forcem a jovem a abrir suas pernas para eles e a estuprem, um após o outro, numa mesma noite, o que leva a jovem, fisicamente, para o hospital, e, emocionalmente, para uma prisão de culpa, dor e mágoa. Sem contar que, espiritualmente, um acontecimento assim reforçou que o sistema de injustiça que governa a Terra continue a governá-lo de forma cada vez mais cruel e caótica e, ainda assim, seja aplaudido por alguém que considera justo tratar uma mulher, um ser humano, assim... 


Recolham minhas lágrimas! 


Jackeline Sarah 
Escritora

Leia a postagem que deu origem a esta reflexão:
Jovem indiana estuprada por treze homens

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Jovem Indiana estuprada por 13 homens

É bastante triste ler ou escrever sobre isso. Como, também, sobre muitos outros costumes dos seres humanos. Mas, não nos furtemos a fazê-lo, por mais que entristeça.

Na Índia, não é incomum que tribunais comunitários se reúnam para julgar crimes, que podemos chamar de ' transgressões culturais'. Tais tribunais julgam e condenam, a despeito da posição do Governo Indiano.

Em questões sexuais, todos sabemos que a Índia tem adquirido terrível fama, devido aos estupros coletivos praticados contra mulheres indianas. Conforme noticiado pelo Reuteurs, uma jovem de 20 anos, apaixonada por um homem de outra comunidade, foi descoberta e julgada pelo Conselho Comunitário de Kolkata e, em 20 de janeiro, foi condenada ao pagamento de uma multa, que equivale a R$ 972,00. Como sua família se declarou incapaz de pagar o valor da multa, a jovem foi estuprada por treze homens da sua comunidade. E notem: o estupro coletivo foi determinado como punição pelo Conselho Comunitário...

Segundo declaração do Superintendente da Polícia, C. Sudhakar de Birbhum, à Fundação Thomson Reuters, os treze homens, sendo um deles o chefe da aldeia, foram presos. A jovem estuprada encontra-se hospitalizada e sobre seu namorado de outra comunidade, o que se sabe é que ficou preso a uma árvore, enquanto a jovem era punida.

Tudo isso aconteceu, não obstante o Governo Indiano tenha endurecido as leis sobre crimes sexuais, desde março de 2013.

Infelizmente, ainda existem punições culturais, brutais como estas ou mais silenciosas, como as que acontecem até mesmo perto de nós. E é profundamente decepcionante ler os comentários à notícia em outros blogs e perceber que sempre há alguém que entenda que se uma lei cultural assim existe, deve ser respeitada pelos membros das respectivas comunidades e, aos transgressores, devem ser aplicadas as punições convencionadas nas tribos...

Acredito que, um dia, o ser humano conseguirá ser aquilo que foi criado para ser. Até lá, a injustiça continuará a acontecer, perto ou longe de nós, e, por vezes, será chamada de justiça...

Assista o vídeo que satiriza o argumento de que a culpa do estupro é da mulher. Também nos comentários sobre o vídeo, as opiniões se dividem, como se fosse possível defender a prática do estupro, por este ou aquele motivo...

O que Você pensa sobre isso tudo?


http://www.youtube.com/watch?v=jOG7gUeHJBU

Esta notícia e o vídeo foram enviados pela leitora do blog, Natália Marques. Valeu, Naty! É triste, mas tem que ser compartilhado...

Jackeline Sarah
Escritora

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Avó e neto atropelados em Anápolis

Há acontecimentos que não se consegue explicar, a não ser de forma sobrenatural.

Aconteceu em Anápolis-GO, que um garoto de seis anos e sua avó, que andavam pela beira da rua, subindo para a calçada, foram atropelados em consequência de um carro desgovernado haver colidido com outros dois carros, um dos quais os atingiu.

Você pode conferir no vídeo. A avó foi derrubada pelo carro, que passou sobre suas pernas duas vezes. O neto foi derrubado e o carro, também, passou duas vezes sobre o corpo e o pescoço ou cabeça (confira na imagem). 

Impressionante é que, após o atropelamento, o garoto, imediatamente, ficou em pé e foi em direção à avó, estendida na calçada. Ele caminhou normalmente e a reportagem confirma que ambos tiveram apenas ferimentos leves.

Há muito que se pensar. O cruzamento parece não ter a sinalização correta e o Departamento de Trânsito de Anápolis declarou à reportagem que, agora, será colocada a sinalização. É claro que o expediente normal tem sido este, em muitas cidades: após a morte de alguém, por atropelamento ou acidente, buracos nas avenidas são tampados, placas de sinalização, tartarugas ou semáforos são colocados, ruas deixam de ser mão dupla... Condutas assim são lamentáveis. Felizmente, neste caso, não houve vítimas fatais.

O motorista do carro que ficou desgovernado declarou à reportagem que não se lembra se estava em alta velocidade ou não... Acredito que, para todos, esteja claro que a velocidade era alta, exceto para o motorista (ir)responsável. Felizmente, não foi o carro desgovernado que atingiu diretamente ao garoto e sua avó!

Parece ter havido muita imprudência, tanto com relação ao carro desgovernado, quanto com relação aos dois carros atingidos e, mesmo, com relação à avó e neto que andavam pela rua. Negligência + imprudência + irresponsabilidade = acidente!

O garoto e sua avó não atravessaram a rua em linha reta, saindo de uma calçada e subindo para a outra. Não sei ao certo se estavam mesmo atravessando a rua ou se apenas caminhavam na beirada da rua, mas, de toda forma, sempre que estivermos com crianças ou idosos (ou mesmo sozinhos), devemos ficar o mais na calçada possível, mantendo as crianças do lado das casas. Isso não garante imunidade contra um carro desgovernado, mas é uma medida de segurança importante.

Como escrevi, há acontecimentos que não se consegue explicar, a não ser de forma sobrenatural. O menino foi duplamente atropelado e se levantou para ver como a avó estava. Levantou-se, imediatamente, como se nada houvesse acontecido. Foram socorridos e tiveram apenas ferimentos leves. Posso enxergar, com os olhos da fé, que alguns anjos estavam de plantão ali e absorveram os impactos sofridos pelos dois, criança e idosa. Hum... certamente, um grande propósito há que suas vidas cumprirão!

De toda forma, foi um acontecimento fantástico. Veja o vídeo que, como disse a apresentadora, mostra cenas fortes que terminaram bem.

Imagem de G1.globo.com (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
http://g1.globo.com/goias/transito/noticia/2014/01/em-acidente-carro-passa-por-cima-de-crianca-que-se-levanta-ilesa-assista.html

Jackeline Sarah
Escritora

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Janela obscura...

2014 promete muitos olhares voltados para o Brasil. Afinal, é a sede da Copa do Mundo de Futebol...

Inúmeras discussões possíveis à parte, quero compartilhar, hoje, a imensa tristeza que senti ao assistir o episódio 1 da 1a. temporada do documentário The Greathest Shows on Earth, em que a apresentadora e co-produtora Daisy Donovan viaja pelo mundo, para conhecer a realidade da TV de cada país. Viciada confessa em TV, Daisy viveu momentos chocantes no Brasil.

Seu contato com a TV aberta brasileira proporcionou, em suas palavras, uma alegre mas brutal emboscada para seus sentidos. Sexo, morte, violência, exploração do corpo feminino como objeto fazem parte do escopo do que Daisy encontrou por aqui.

Confesso que chorei algumas vezes, ao assistir o documentário. Não de orgulho ou alegria, mas por perceber como é triste a realidade do que a apresentadora chama de janela para a alma da nossa Nação: a TV aberta. Trechos de programas que nunca assisti provocaram em mim, como em Daisy Donovan, uma certa indignação com relação àquilo que se é capaz de realizar e produzir, em nome da conquista da audiência ou da fama...

Lamentavelmente, para captar a alma da nossa Nação, o documentário se move a partir do Concurso Miss Bumbum Brasil 2013, onde um dos entrevistados, jornalista da Folha de São Paulo, definiu as mulheres brasileiras: "O bumbum é a preferência brasileira. Todos os brasileiros amam o bumbum. As mulheres brasileiras gostam de se sentir, não bem como objetos, mas elas gostam de ser adoradas e admiradas. (...) Se Você perguntar para qualquer brasileira, especialmente da classe baixa, mesmo se não forem bonitas, elas dirão que se acham lindas." Mais lamentável ainda foi o encontro que ela teve com o fotógrafo e blogueiro que se mostrou especialista em fotografar embaixo das saias das concorrentes ao Miss Bumbum Brasil 2013, enquanto desfilavam, e justificou: "É isso que as pessoas gostam de ver no Brasil". Daisy notou um certo constrangimento das demais jornalistas presentes ao evento, enquanto as concorrentes se sucediam na passarela em posições sensuais, pra mostrar o que elas e seu público acreditam ser o que importa na mulher: o bumbum.

Pensei que não poderia ser pior, mas o documentário prosseguiu, passando pelo Programa Pânico, que confirmou para Daisy a questionável fixação da TV brasileira pelos corpos das mulheres. O Programa foi definido por Daisy como degradante e quase sadomasoquista, ainda que assistido por dez milhões de espectadores. Uma ex-panicat revelou a motivação das jovens mulheres, que aceitam passar por situações humilhantes e constrangedoras, em rede nacional:  " É humilhação e fama que faz esquecer a humilhação, porque Você está na TV e o programa dá audiência".

Passando do sexo à violência na TV, o documentário mostrou o Programa Na Mira, gravado em Salvador, onde acontecem cerca de 40 homicídios por semana, corroborando o índice nacional, que é 18 vezes maior no Brasil  que no Reino Unido. O escolhido é apenas um exemplo de programa criminal, sendo assistido duas vezes por dia, por uma audiência de milhões de espectadores. Este é, realmente, um esquisito tipo de entretenimento ou, segundo a apresentadora do jornal, Analice, um meio de informação, que, concordando com Daisy, percebemos que nasceu na soma da boa intenção da famosa apresentadora em ser a voz do povo que não tem voz e está cansado da violência em Salvador, com a vergonhosamente deslavada intenção da emissora em aumentar sua audiência através do sensacionalismo, que, seguramente, gera mais medo e revolta que transformações sociais.

Enfim, após fazer parte da platéia de Celso Portioli, onde as feias sentam-se atrás e as bonitas, na frente, Daisy esteve no palco durante a gravação do Programa Domingo Legal e o dividiu com algumas das variedades que divertem as famílias brasileiras, aos domingos: dançou com Belo, que define como ex-traficante de drogas, que, hoje, é um dos maiores galãs do país, e Padre Marcelo Rossi, que, segundo ela, não olhou para os bumbuns das dançarinas. No final da gravação do programa, Daisy conversou com Patrícia Abravanel, que disse: "Nosso foco está nas massas. Elas não são muito educadas, porque estamos num país de terceiro mundo."

Concluindo o documentário, Daisy afirmou: Sexo e morte parecem estar mais próximos aqui do que na Inglaterra. São muito mais visíveis e, talvez, seja por isso que, por onde eu passe neste país, há uma sensação geral de 'aproveite o momento'.

Acredito que muitos me lerão e protestarão, porque gostam dos programas visitados pelo documentário. Eu, contudo, prossigo confessando que chorei e lamento que esta seja a impressão que estrangeiros terão de mim e de minha família, ao assistir o documentário. Justamente nós, que embora sejamos totalmente brasileiros, não tivemos um pedaço sequer da nossa alma registrada nos encontros vividos por Daisy Donovan, que a fizeram concluir que o Brasil não é um país para fracos de coração. Afinal, tantos bumbuns, tanta exploração do corpo feminino, tanta violência exibida nas horas das refeições, tanta banalização do que é ser mulher e bonita, tanta manipulação das pessoas, a massa mal educada, tudo isso não é mesmo fácil de aguentar.

Espero que mais gente brasileira, como eu, sinta-se indignada e se comprometa a produzir coisas boas, construídas sobre valores realmente positivos, e mais gente brasileira, como eu, comprometa-se a dar audiência ao que valoriza o ser humano enquanto pessoa e não como objeto a ser explorado, vivo ou morto, desde que dê audiência... E fama.

Assista o vídeo e deixe seu comentário!

Jackeline Sarah
Escritora
Postado, originalmente, em 16/01/2014

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Bonecas infláveis

O mundo todo, certamente, sabe desta notícia há bastante tempo. Eu é que não sou afeita a programas de auditório e nem costumo acompanhar o dia-a-dia dos famosos. Desde muito cedo aprendi que "só é útil o conhecimento que nos faz melhores" (Sócrates). É verdade que deixo de saber algumas coisas, mas tem valido a pena viver assim.

Neste caso, só fiquei sabendo da notícia, porque algumas colegas comentaram, durante uma reunião. Torci para que fosse apenas boato, mas decidi procurar na internet. Encontrei e me pareceu ainda pior do que haviam comentado. Trata-se de Sheyla de Almeida Hershei, modelo brasileira, 30 anos, mãe de dois filhos e casada com um engenheiro americano. Segundo a reportagem no G1, Sheyla é a mulher que tem o maior volume de silicone implantado nos seios, na América Latina: 3,5 l em cada mama. Além das nove cirurgias para implantar as próteses de silicone nos seios, Sheyla já fez inúmeras outras, no abdômen, no bumbum (...), plásticas, lipoaspirações, chegando a totalizar mais de trinta cirurgias. Em julho deste ano, já tendo alcançado o recorde como aquela que possui as maiores próteses de silicone nos seios na América Latina e após retirar parte dos implantes para poder amamentar sua filha, Vitória, Sheyla decidiu recolocar as próteses e submeteu-se a um procedimento cirúrgico, em que implantou quase seis litros de silicone nos seios. Na ocasião da cirurgia, contraiu uma infecção que pode levá-la à morte ou, no mínimo, a precisar retirar uma mama. Talvez, esta notícia já esteja desatualizada, enquanto escrevo. Mesmo assim, os fatos não mudam. 

(Como este texto foi escrito em 2010, neste ponto, podemos tentar atualizar algumas informações, registrando que, por exemplo, Sheyla, realmente, tornou-se  a mulher com as maiores próteses de silicone do mundo, com 5,5 litros em cada mama. Após a complicação decorrente de cirurgia feita no Brasil, Sheyla teve que retirar as próteses, o que a levou à depressão e à tentativa de suicídio, tendo ficado alguns dias em coma. Na rede, podem-se encontrar depoimentos da modelo, dizendo que seu casamento está abalado, sua família está em situação financeira extremamente difícil, sua saúde comprometida, fatos que não a fizeram mudar de ideia quanto a recolocar as próteses e manter seu recorde. A última das notícias que encontramos sobre Sheyla data de março de 2012, aqui.)

Fiquei muito triste ao ler esta notícia e algumas outras sobre a modelo. Confesso que não senti empatia por ela. Não consigo me imaginar no lugar dela. Não consigo compreender o que leva uma mulher tão linda e jovem, a expor-se tanto a agressões, em nome da 'beleza', da fama e do dinheiro. Seu principal objetivo é manter-se no Livro dos Recordes. Como modelo, ganhou fama e dinheiro. Mas, Sheyla pensou ter poder, também.  Poder para modificar tanto sua natureza, seu corpo, de modo que o que considera belo, parece-me, antes, bizarro. Mas, ninguém tem tanto poder assim...

Fiquei muito triste, porque li, de passagem, alguns comentários de mulheres que a tem como ídolo, ou seja, gostariam de ser, não apenas como ela, mas de ser ela própria. Li, mais de passagem ainda, comentários de alguns homens, explicando o que fariam com ela em suas camas. Li comentários de pessoas crédulas, que estão orando para que a modelo não tenha que perder as próteses de silicone, mas possa continuar a fazer seus seios crescerem, até serem os maiores do mundo. Um bom resumo para os comentários, seria: 'se isso a faz feliz, é isso que tem que fazer'...

Fiquei muito triste, por saber que há médicos que realizam procedimentos assim. Li que muitos deles avisaram a modelo quanto aos riscos e outros se recusaram até mesmo a socorrê-la, por ocasião da infecção. Li que teve que vir fazer a última cirurgia no Brasil, pois nos Estados Unidos, onde mora com a família, ela já havia excedido os limites. Houve uma equipe de médicos brasileiros que aceitou fazer a cirurgia, mesmo havendo riscos. Não posso compreender, mas me parece que, além do dinheiro, um procedimento assim traz fama para os cirurgiões.

Fiquei muito triste, porque o tiro deles saiu pela culatra e gerou morte. A fama, agora, não é por um par de seios enormes, siliconados com sucesso. A fama dela e dos médicos é porque está doente, gravemente doente, severamente doente. Confesso que minha tristeza não é apenas pelo que ela está sofrendo, por causa da infecção. Entristeceu-me e muito, saber que ela fez escolhas erradas, desde sempre, apoiada pelo marido, pelos agentes, por alguns médicos, pela mídia, pela Livro dos Recordes, pela multidão doente, que a aclama como heroína.

Fiquei muito triste, por constatar que a humanidade, não apenas as mulheres e os médicos, não está enxergando o  verdadeiro motivo de sua existência e tem se perdido em projetos, ora fúteis, ora profundos, ora valiosos, ora inúteis, mas apenas projetos... enquanto o verdadeiro projeto a que deveria se entregar e pelo qual deveria se consumir, permanece-lhe oculto, despercebido. Se Você é uma mulher, um médico ou outro ser humano, diga-me: Você sabe que fomos criados com o objetivo claro de fazermos parte da expansão do Reino de Deus e do estabelecimento de Seu governo sobre toda a Terra? Quem se lembra disso? E, se nos lembramos ou percebemos, onde se encaixam os seios siliconados, a corrida desenfreada por poder/fama/dinheiro/prazer-a-todo-custo, neste propósito eterno de Deus? Penso que o comentário mais adequado seria: "Se dá prazer a Deus, então, faça!", "Se contribui para a expansão do Reino de Deus, então, faça!".

Ah... O que estamos fazendo com nossas filhas! O Salmo 144:12 registra uma oração, em que o Salmista pede ao Senhor que 'nossas filhas sejam como colunas esculpidas para ornar um palácio'. Nossa filhas deveriam ser consideradas lindas, exatamente, na forma em que foram feitas pelo Senhor. Deveriam enfeitar-se, perfumar-se, cuidar-se, sim, mas para valorizar o que receberam do Senhor, sabendo o tempo todo que o conceito de beleza ou feiúra varia, conforme o tempo e a cultura, sem mencionar que é algo muito subjetivo, pessoal. Elas deveriam saber que não há, realmente, um padrão. A não ser um princípio, que aparece na carta de Pedro: 'a beleza de Vocês não deve estar nos enfeites exteriores (...), mas no ser interior, que não perece, demonstrada num espírito dócil e tranquilo, que é de grande valor para Deus' (1 Pedro 3:3s). Beleza exterior sem beleza no espírito não leva a lugar nenhum. Ou melhor, leva a catástrofes e tragédias.

Se é muito importante sabermos que, para Deus, é de grande valor que o espírito da mulher esteja sendo trabalhado pelo Espírito de Jesus, a tal ponto de que dele emanem gomos do fruto do Espírito, que é Amor (Gálatas 5:22), quão valioso será atentarmos para o que está dito no texto: que a beleza do espírito não perece e que a beleza exterior perece. Esta consciência poder ser vital para nós e nossas filhas. Conheci uma mulher muito bonita, que expôs seu corpo a duas lipoaspirações, que todos ao redor julgávamos desnecessárias, em um período de tempo tão curto, que quase não sobreviveu à segunda. Foram tantos hematomas, tanta infecção, tantos remédios, tanta dor, tanto susto e, em alguns meses, todo o resultado foi perdido quando ficou grávida de seu terceiro filho. A beleza exterior perece, seja pela ação dos anos que passam, do vento ou do sol, de infecções contraídas nas próprias cirurgias plásticas, da mudança de padrão cultural ou de tantos outros agentes.

Algumas perguntas se formaram em minha mente. Talvez, Você me ajude a respondê-las. Embora não tenha sentido empatia, nem mesmo simpatia pela modelo, não consigo dizer : "Bem feito!". Ao contrário, sinto-me responsável, senão por ela, por tantas outras mulheres ao meu redor, cuja motivação é a mesma de Sheyla. Pergunto-me:

Onde estamos, mesmo, enquanto nossas meninas usam maquiagem forte, extravagante e provocante, desde a primeira infância? Quando pintam suas unhas de vermelho ou preto, aos quatro anos? Quando os lindos vestidos com babados, laços e inocência, começam a ser substituídos, já no berço, por micro blusas, mini-saias e malícia? Onde estamos quando percings e tatuagens são estrategicamente colocados para seduzir, não em mulheres que sabem o que querem fazer, mas em meninas que nem sabem quem são? É espantoso o número de adolescentes do sexo feminino que tem se submetido a cirurgias plásticas, em idades em que seus corpos ainda nem terminaram de ser formados! Pergunto: onde estamos enquanto nossas filhas são mutiladas no seu corpo, na sua alma, no seu espírito?

Não há problema algum em cuidar-se, enfeitar-se, ser ou estar bonita. Mas, há muitos problemas quando a beleza é imposta e a mulher se torna escrava dela, para obter atenção, prazer, fama, dinheiro, poder, com os bônus correspondentes de anorexia, bulimia, depressão... Estamos formando nossas meninas para serem mulheres sensuais, provocantes, independentes, competitivas. Estamos nos esquecendo de investir na formação do seu caráter.

Teremos lindas bonecas, com peitos e bumbum infláveis, mas vazias por dentro.

Não é esta a vontade de Deus. Imagine se o salmista oraria assim: 'que nossas filhas sejam como colunas enfeitadas por fora e ocas por dentro'. Penso que não, este não seria o seu desejo. Nem deveria ser o nosso, nem o de Sheyla. Este não é o desejo de Deus!
A vontade de Deus se expressa na oração do Salmista: que as nossas filhas sejam colunas esculpidas para ornar um palácio. Este palácio, acredito, é a própria construção que o Senhor fará nas nossas filhas, em Suas filhas. Terá como Pedra de Esquina o Senhor Jesus. Em algumas versões, coluna está traduzido como pedra de esquina. Na construção do que somos e seremos em Jesus, cada mulher pode ser uma pedra de esquina, parecida com Ele, gerada nEle, da mesma substância que Ele e extremamente importante para a conexão e sustentação das demais pedras vivas.

A vontade de Deus é que cada mulher seja aquilo que Ele sonhou, antes de criá-la. É que cada menina cresça em estatura e Graça diante dEle e, a cada dia, seja transformada na semelhança de Jesus, tornando-se capaz de corresponder com sua missão de trazer o Reino de Deus para a Terra, com a própria vida. Talvez, Jesus fosse bonito fisicamente. Digo talvez, porque penso que seria difícil encaixá-lO em nossos padrões culturais...  Mas, tenho certeza de que era e é lindo por dentro, no seu ser interior, no seu espírito. Esta beleza de dentro emanou dEle enquanto caminhava entre os Homens. Jesus recusou-Se a ser dominado por dinheiro, fama, poder, glória recebida de outras pessoas. Ele não quis usar anestésicos quando precisou enfrentar a dor. Mas, cultivou um espírito manso e quieto, repleto dos gomos do fruto do Espírito, que é Amor (Gálatas 5:22 - leia!). Jesus amou, foi amado, morreu e, hoje, vive.

Que a Sheyla e todas as meninas e mulheres que tem vivido como ela, colocando seus valores em tudo o que é externo e perece, e todas as demais meninas e mulheres, a começar por mim, aprendam com Jesus a amar e a serem amadas. Que, se tivermos que morrer, morramos nEle, para que a vida dEle, que não perece, viva em cada uma de nós.
Certamente, não seremos notícias, nem faremos parte do Livro dos Recordes. Mas, seremos o que fomos criadas para ser. E receberemos o reconhecimento dAquele que nos sonhou e nos ama, ainda que nossos seios sejam pequenos.
Jackeline Sarah
Escritora

Postado, originalmente, em 18-08-2010
Atualizações feitas em março/2012