Eu devia ter feito esta postagem há dois dias... Mas, de hoje não dá pra passar!
Você leu sobre a invasão do CTI do Corinthians, por membros de três torcidas organizadas, na manhã de 01-02-2014, aqui no A Terra Girou?
Após a invasão, a segurança foi reforçada, houve uma ameaça de greve por parte dos jogadores e, no dia 04-02-14, o presidente da Gaviões da Fiel concedeu uma entrevista à Folha de São Paulo, onde explicou que a invasão foi orquestrada por três torcidas organizadas, incluindo a Gaviões da Fiel, através das redes sociais e considerou legítima a ação.
Usando de tom irônico, Wagner da Costa demonstrou que acha legítimo que a torcida cobre assim dos jogadores e do técnico pela má atuação do time. Fica claro que a forma violenta tomada pelo protesto/cobrança é considerada adequada por ele.
Por falar em violência, foi divulgado pela mídia, hoje, um vídeo em que membros de uma torcida organizada, durante o jogo de ontem, em que o Corinthians perdeu para o Bragantino, tentam impor aos torcedores 'comuns' que estavam ali uma proibição quanto a torcer, quanto a manifestar seu apoio ao Clube que perdia a partida. Homens fortes ficaram postados perto dos torcedores 'comuns' e alguns outros verbalizavam constante e agressivamente sobre a proibição de apoiar o time. Isso constrangeu aos torcedores comuns, que, mesmo assim, bateram palmas e tentaram continuar torcendo.
Após discussões, o tumulto se deu e a chegada da Polícia marcou o início de um quebra-pau, em que o vídeo mostra um dos torcedores 'organizados' chutando um policial, enquanto outros tentavam impedir a imprensa de registrar a prisão que estava sendo feita, daqueles que estavam proibindo o livre exercício do direito de ... torcer.
Lamentável.
Quando Wagner Costa manifestou seu apoio a protestos com violência, legitimou, também, outras ações, como a de ontem, onde um pai ficou desesperado para proteger sua pequena filha, ambos torcedores 'comuns', da confusão criada pelos torcedores organizados.
Assista o vídeo do SporTV e ouça os comentaristas. É ótimo ouví-los dizer que a história do Corinthians não é essa, mas é uma história de exemplo, como quando o Clube enfrentou a ditadura através da democracia corintiana.
Só quero registrar, responder e chamar a atenção para algo:
- registrar que concordo que o Corinthians que a gente conhece é um Clube que acolhe. E sua torcida deveria ser feita de torcedores comuns acolhidos e que, também, acolhem;
- responder à pergunta, embora retórica, do Wagner da Costa ("A violência está espalhada em toda a sociedade, quem já não deu um murro na cara do outro?"). Nem todos andam por aí esmurrando as pessoas das quais discordam e eu NUNCA dei um murro em ninguém e nem acredito que agir assim represente solução;
- chamar a atenção para o (d)efeito de outra frase do presidente da Fiel ( "É como se os jogadores estivessem lá roubando o salário do Corinthians. Do mesmo jeito que a população foi para as ruas nas manifestações de junho, estamos lutando por nossos direitos"). A população ir para a Rua não significa que esteja autorizada a destruir patrimônio público ou privado, 'esganar' pessoas, roubar ou cometer qualquer ato de violência. Uma coisa não tem anda a ver com a outra. O padrão é o mesmo: havia vândalos no meio da população que se manifestava nas ruas e eles é que causavam a destruição. Há torcedores mal intencionados em meio à torcida, organizada ou comum, do Corinthians, e são eles os responsáveis pela destruição material, física e moral.
Confira as informações sobre a entrevista de Wagner da Costa.
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Foto no site da Jovem Pan |
Escritora
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